Consciência sistêmica: de que lado escolhemos estar?
Por Eunice Schclieck.
Novembro, 2020.
A expansão de uma nova consciência jurídica se apresenta como uma possibilidade, pois a advocacia necessita de algo inovador. Uma grande parcela da sociedade já exige outra postura dos profissionais, pois está demonstrando sinais de cansaço e desconfiança da justiça. Portanto, cabe ao profissional se reinventar e compreender a relativização que significa ganhar um processo, especialmente na área de família, onde perder pode muitas vezes significar o fim daquela referência do clã para os menores envolvidos, que precisam então, via de regra, escolher a quem amar: papai ou mamãe.
Muitas vezes, no início está o fim, ou seja, os pais são a verdadeira base de vida para qualquer ser humano. Colaborar com um movimento excludente de genitores, seria reduzir o ordenamento jurídico a pó, pois enquanto ele prevê constitucionalmente o direito à vida, ao final de um processo, ele pode destruir vidas.
De que lado escolhemos estar?
A postura do profissional implica sim num direcionamento pacificador ou beligerante; o que muda é que antes não se vislumbrava a opção de adotar uma postura ou outra, não havia escolha, e a consciência sistêmica esclarece as nuances das personalidades, que nos levam a agir de forma equivocada, no encaminhamento de casos.
Conhecedores de tantos saberes, cabe escolher ampliar, ou não, a nossa consciência para algo que está estabelecido desde que nascemos e até há pouco não sabíamos: a alma é sistêmica e os princípios do pertencimento, hierarquia e equilíbrio norteiam as ações e/ou omissões.
Enfim, a escolha está também em assentir com o que é, ou ignorar tais informações, seguindo na vida distanciado dá oportunidade de alcançar a paz que tanto se almeja.
Eunice Schlieck
Advogada, Presidente da Comissão de Direito Sistêmico da OAB/SC, primeira do Brasil. Presidente do Instituto Brasileiro de Direito Sistêmico. Pós graduada em Direito Sistêmico, turma de 2016, Faculdade Innovare/SP.